My Relationship With God

sexta-feira, outubro 09, 2015

Olá, pessoas!

Sou capaz de passar horas no YouTube. A cada vinte vídeos interessantes ou engraçados, encontro um que me deixa realmente satisfeita. E porquê? Porque expressa uma opinião com a qual me identifico. Porque me faz sentir menos sozinha neste mundo. 

E porque me permite divulgar a minha opinião sobre determinado assunto, sem ter de construir todo um texto argumentativo com esse propósito.

My Relationship With God | Katrin Berndt

Hoje deparei-me com este vídeo. Podem vê-lo, se quiserem. Basta clicarem na imagem. Eu passo a citar a parte mais relevante, que expressa a minha posição nesta matéria.

In my world, God does not exist. There is no such thing. (...) But the problem is that the expression I don't believe in God does not really accurately describe my relationship to "it". Believe suggests that only the absence of prove stands between me and a christian lifestyle (...) Even if God landed on my balcony and was like yooo, I exist, what's uuup?, it still would not change the way I live my life, it would not change my values and...it would not change anything. So, a more accurate expression for me, in this case, would be that I just do not agree with God, regardless of "it" exists or not. Not believing is not what stands between me and religion. It's not agreeing that does, and that cannot be changed with any amount of prove or evidence in the entire world.

Quem segue o meu blog, sabe que também temos destes posts. Matter of Opinion, como podem ver no menu, acima. O unfollow é serventia da casa, se se sentem incomodados por este tipo de artigos. Caso contrário, sentem-se, relaxem a partilhem as vossas opiniões. 

Tenho pouca paciência para expressar os meus pensamentos nestes assuntos, porque é algo que me cansa. Esgota-me, aliás. 

Aparentemente, só temos direito a ter a nossa opinião, quando ela vai ao encontro daquilo em que os outros acreditam ou defendem. Quando é diferente, estamos a ser desrespeitosos ou somos ignorantes ou algo do género. É. Ter opinião tem destas coisas. 




A minha posição passa por não me manifestar. No que toca à religião, sou mestre nesta prática. Grande parte da minha família é cristã. (Mas são de que religião? Perguntam vocês. E eu respondo: não vos interessa, that's not the point.) Tudo é uma potencial ofensa. Incluindo o facto de eu, pura e simplesmente, não partilhar da mesma opinião que eles.

Eu sei que a religião não é para mim, desde os meus quatro ou cinco anos. Algumas das primeiras memórias que tenho, estão relacionadas com este tema e lembro-me perfeitamente dos meus pensamentos, nessas ocasiões. Mantêm-se, passados vinte anos. É verdade. A minha opinião está formada há muito tempo, ainda que com algumas alterações, fases estranhas e diferentes bases para essa convicção. Obviamente. Mas o essencial, os meus valores ou crenças mais básicos, já vem de longe. Faz parte de mim e foi por isso que quis partilhar isto convosco. 

Nunca me senti respeitada.

Há muitos anos que optei por não tocar no tema "ateísmo" ou "religião" (e todos os sub-temas adjacentes), perto da minha família ou de pessoas muito religiosas - um pouco por lidar com isto há tantos anos, acabo por tentar evitar situações desagradáveis, já que nunca sei muito bem como é que a pessoa X reage a assunto Y

A minha mãe é empregada de balcão e, nessa profissão, a regra de ouro é não discutir política, futebol ou religião com os clientes. Não é à toa. Mesmo que existam pessoas tolerantes, nestes casos, é bom generalizar e evitar ofender terceiros. 

Aliás, por isso é que nunca tinha escrito sobre este assunto, por aqui. Mas, já que já me despedi do S.L.Benfica e até já peguei nas eleições, no outro dia...perdida por 100, perdida por 1000!!! Certo?

Da parte da minha famelga, este silêncio não acontece. Partilham vários assuntos relacionados com o estilo de vida que escolheram e eu não me importo. Não me incomoda que os outros vejam a vida de uma forma diferente da minha e que expressem as suas crenças ou falem sobre as actividades que estão relacionadas com o estilo de vida que escolheram. Até fico feliz por eles, quando os vejo entusiasmados. Bom para eles. De verdade. 

(Nem sempre é assim, em situações excepcionais, que mexem com o meu sistema nervoso. Não vou ser hipócrita. Mas isso já dava palha para outra publicação, que não vai existir.)

Da mesma forma, também não se coíbem de criticar ou desacreditar a minha posição em determinado assunto, se for contra aquilo em que eles acreditam. Aí, já temos potencial para uma conversa azeda. Porque eu não faço isso. Eu não questiono aquilo em que eles acreditam. Não me compete e tento respeitar as escolhas deles. Se desse a minha opinião, nunca argumentaria com base em ofensas pessoais (exemplo: "aquilo em que tu acreditas é estúpido") ou, pior, em mentiras e falácias que, por serem repetidas inúmeras vezes, por muitas pessoas, se transformam em verdades, aparentemente.

E é por estas e por outras que não tenho paciência para entrar neste tipo de discussões. Mas estou a divagar.

Ainda assim, mesmo quando já estou a deitar fumo dos ouvidos, evito discussões ou, sequer, conversas.

A questão é que eu não posso partilhar as minhas...actividades...ateístas (?), a não ser que goste de ser alvo de olhares desaprovadores, comentários depreciativos ou argumentações capazes de me deixar com os olhos em bico, com vontade de responder mas...lá está... sem paciência.

Portanto, o "ouvir e calar" e "tentar mudar de assunto" tendem a ser as minhas estratégias. Mentir e ir contra aquilo em que acredito, não faço. Então, acabo por me refugiar no silêncio.

É sempre divertido (não) quando outras pessoas  - como vos disse, a famelga já desistiu - tentam guiar-me em direcção à fé e à religião e a única coisa que sou capaz de fazer é sorrir e acenar, sorrir e acenar, até que me deixem em paz. Literalmente. Não me sai uma palavra. Um "não vale a pena", de vez em quando, vá. 

Tudo isto, porque acho que um simples "eu não acredito em Deus" poderia ser, de alguma forma, ofensivo. Não sei. Nunca fiando, não quero magoar os sentimentos de ninguém. Será que ao dizer que não acredito, estou a pôr em causa aquela que é uma parte tão importante da vida dessa pessoa e, consequentemente, a magoar os sentimentos dela? Percebem? Sorrir e acenar, sorrir e acenar...

Por isso é que achei este vídeo fantástico. A 'pariga conseguiu expressar os seus sentimentos em relação à religião, sem ofender (quase) ninguém - há pessoal bastante ofensível (inventar palavras ftw). O que é notório até pela quantidade de comentários positivos, vindos de pessoas crentes.

De qualquer forma, ela disse algumas coisas com as quais eu concordo. E já que assim o fez, aproveitei para partilhar este vídeo convosco, para que saibam um pouco mais acerca da minha pessoa.


Obrigada pela visita! Não se esqueçam de deixar o vosso comentário. Se gostarem, partilhem ♥

9 comments

  1. Não vi o vídeo - estou no trabalho lol - mas pelo teu texto, pareces ter uma perspectiva muito saudável sobre este assunto. Live and let live - desde que ninguém pise os outros, tudo bem, cada um com a sua cena. Partilho da mesma opinião que tu, talvez um bocadinho mais "agnóstica" (a minha cabeça diz-me para deixar de sonhar com pulgas, mas às vezes o coração acha que parece que o Universo tem coincidências a mais para ser tudo...isso mesmo, coincidência). Não sei. É algo que me deixa um pouco confusa, em que vou pensando de vez em quando, mas que nunca, nunca influencia a minha vida - sou como sou, e se quero fazer as coisas bem não é por querer ir para o Céu, é simplesmente porque acho que devo ser assim como pessoa. Infelizmente há muito bom Cristão, que vai à missa todos os Domingos, que mal põe os pés cá fora começa a dizer/falar/whatever coisas que não lembravam ao mafarrico himself...so...isso afecta um bocado a credibilidade da coisa. Isso e os dogmas e rituais idiotas. Mas isso são outros quinhentos.

    Anyway, gosto destes posts. Se tens um blog, não é para ser o teu espaço? Então força! [Eu própria faço o mesmo, embora saiba que metade das pessoas que acompanham o blog não se dê ao trabalho de ler esses posts ahah oh well :p]

    Jiji

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    1. Sim, eu também sou um pouco assim. No fundo acho que todos os ateus são agnósticos, no sentido de não termos as respostas todas em relação ao Universo e tudo o que isso implica. A palavra ateu significa apenas "que ou quem não crê na existência de deus". No meu caso, sinto-me confortável com essa definição :)
      Exactamente! Eu ajo de determinada maneira, por estar de acordo com os MEUS princípios, com aquilo que eu acho estar correcto e não porque há um livro em que mandam fazer isso ou porque Deus fica triste/zangado se eu não o fizer. Da mesma maneira, não vou deixar de fazer algo que considero inofensivo, porque há um livro que me diz para não o fazer. Era o que faltava. E, lá está, a questão é que mesmo que de repente fosse provada a existência de Deus, eu não ia passar a agir de forma diferente, por causa disso.

      Eheh :P obrigada ^^ é que as pessoas tendem a ser muito desagradáveis quando estão escondidas atrás do ecrã. Leio com cada comentários noutros blogs e no YouTube e assim...que tenho vindo a evitar falar sobre assuntos mais "sensíveis", digamos assim. Mas tens toda a razão, é o meu espaço e aqui só entram os comentários que eu autorizo, portanto... :) também fazes muito bem, mesmo que acabem por ser posts com menos views, acabam por distinguir o teu blog dos outros, com mais um bocadinho de ti :)
      Bom fim-de-semana ;)

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    2. Touché - não há razão nenhuma para acreditarmos que, só porque alguns homens decidiram escrever um livro, esse livro é sagrado. Nunca consegui encaixar isso na cabeça!

      É mandar as pessoas mais desagradáveis às urtigas :p por acaso nunca tive essa "sorte", mas há sempre uns corajosos que gostam de mandar bocas foleiras só porque sim, seja na net ou fora dela...é óptimo discutir e discordar, pisar é que não! Mas tu é que mandas no estaminé ahah :)

      Jiji

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  2. Obrigada és uma querida! Sim eu gosto muito da Lana. Ela é linda e completa.
    És uma querida :)
    http://diaryofalittlebee.blogspot.pt/

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  3. Gostei imenso do post, querida! Assunto bem interessante e pertinente, e concordo com a abordagem do vídeo...

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  4. "...só temos direito a ter a nossa opinião, quando ela vai ao encontro daquilo em que os outros acreditam ou defendem. " Completamente de acordo com isto! Por vezes as pessoas estão tão entranhadas na sua opinião que mesmo quando argumentamos sem ofender claro, acabamos por levar com ofensas ou discriminações. Na minha infância sempre fui guiada a acreditar: ir à missa, andar na catequese, comunhão etc. Mas sem nunca 'sentir' mesmo , percebes? E quando digo que não quero casar numa igreja? Ai que pecado xD Tenho de ver este vídeo, e é já! :)



    Love,
    sweetcamomile.blogspot.pt .

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    1. Como eu te compreendo. Que quem nos rodeia nos tente guiar em determinada direcção, é compreensível, até porque os pais/educadores tentam transmitir aos filhos os próprios valores e se a religião for uma parte importante da vida deles, ok, tudo bem. Mas há o "guiar" e há o "impingir" e, o que mais me enerva, o "manipular". Em última instância, no que à religião diz respeito, a decisão é nossa. Ponto final.
      Ahahah também não hei-de casar pela igreja, deixa lá. E isto se chegar a casar, sequer. E já estou mesmo a ver, vai ser o drama. Se não casar, é um horror para a minha família. Se o fizer, mas apenas pelo civil, para a do meu namorado, que é católica. E olha a minha cara de preocupada ._. lol
      Não estava à espera de ter um feedback tão positivo com este post :) fico contente, obrigada por deixares o teu comentário.

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